Napoleão Bonaparte
- Anna Gabriela Mineiro
- 7 de nov. de 2022
- 6 min de leitura
Atualizado: 24 de jul. de 2023

Biografia de Napoleão Bonaparte
Napoleão Bonaparte (1769-1821) foi imperador da França entre 1804 e 1814 com o título de Napoleão I. Líder político, ditador e comandante do Exercito Francês, conquistou uma grande extensão territorial para a França. Napoleão Bonaparte nasceu em Ajaccio, capital da ilha de Córsega, França, no dia 15 de agosto de 1769. Filho de Carlos Maria Bonaparte e de Letízia Ramolino. Seu pai era jurista, formado em Pisa, Itália, e sua mãe era descendente de uma família de pequena nobreza de Ligúria, Itália. Era o segundo filho de uma família de sete irmãos. Carreira Militar e a Revolução Francesa Napoleão iniciou seus estudos em sua cidade natal e, com 10 anos de idade ingressou no colégio militar de Brienne, na França. Em 1784 ingressou na Escola Real Militar de Paris, onde começou sua carreira. Aos 16 anos de idade já era subtenente de artilharia. Em 1789, teve início a Revolução Francesa, que levou a França a passar por profundas modificações políticas, sociais e econômicas.
A aristocracia do Antigo Regime perdeu seus privilégios, libertando os camponeses dos antigos laços que os prendiam aos nobres e ao clero. Foi a alavanca que levou a França do regime feudal para o capitalista.
No dia 21 de janeiro de 1793, o rei Luís XVI foi guilhotinado na Praça da Revolução em Paris.
No dia 2 de junho de 1793, os jacobinos (representantes da média e da pequena burguesia e das classes populares) tomam a Convenção Nacional.
Fiel à monarquia à disciplina militar, Napoleão condenou a insurgência popular ocorrida na Revolução Francesa, mas aos poucos, os soldados de seu destacamento começaram a juntar-se aos patriotas na defesa dos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.
Napoleão mudou de lado e entrou para o partido dos jacobinos. Nessa época, já realizava missões secundárias pelo interior da França.
Ainda em 1793, Napoleão teve sua grande oportunidade em Toulon. A cidade se rebelara contra o novo governo republicano do país. O comandante da artilharia local foi ferido na batalha e Napoleão assumiu o comando.
Derrotou os revoltosos, sendo nomeado general de brigada, com apenas 24 anos.
No dia 4 de outubro de 1795, Napoleão venceu mais uma batalha, na revolta dos partidários da monarquia. Em consequência recebeu nova patente, foi nomeado comandante do Exército Francês.
Nessa época conheceu Josefina Beauharnias, viúva de um general guilhotinado na Revolução. No dia 9 de março de 1796, casa-se com Josefina. Dois dias depois de casado, Napoleão partiu para a guerra na Itália, onde revelou seu extraordinário gênio militar.
No comando do exército, derrotou as tropas da Itália e da Áustria, derrubando os velhos regimes monárquicos e obtendo importantes conquistas territoriais para a França.
O Golpe e a Instalação do Consulado
A insatisfação na França era grande, a burguesia se ressentia da instabilidade social e política.
Em 1799, o partido da alta burguesia (os girondinos) aliou-se a Napoleão e juntos deram um golpe derrubando o Diretório, que ficou conhecido como “golpe de 18 Brumário” (9 de novembro de 1799).
Napoleão foi nomeado Primeiro Cônsul, depois Cônsul Vitalício. Em 1804, aclamado pelo povo e sagrado pelo papa, Napoleão se nomeou Imperador da França.
Napoleão foi coroado na catedral de Notre-Dame, pelo Papa Pio VII, com o título de Napoleão I. Nesse mesmo ano, foi promulgado o Código Civil Napoleônico, inspirado no direito romano.
Napoleão Bonaparte cercou-se de uma corte suntuosa, os generais e os altos funcionários receberam títulos de nobreza.
Seus irmãos, são nomeados monarcas: Joseph torna-se rei de Nápoles, Louis rei da Holanda, Jerôme rei da Westfália. Elisa, sua irmã torna-se grã-duquesa de Toscana.
Sem ter filhos para sucedê-lo, Napoleão separa-se de Josefina, e casa-se com Maria Luísa da Áustria, filha de Francisco II e irmã de D. Leopoldina, esposa de D. Pedro I. Enfim, teve um filho, mas teve uma vida breve.
Império Napoleônico
Como imperador da França, Napoleão implantou uma ditadura sem disfarce, voltada para o atendimento e defesa dos interesses da burguesia.
As liberdades políticas, individuais e de pensamento foram aniquiladas. Tudo estava sob seu controle, a educação, a imprensa, intelectuais, estudantes, operários etc.
Tentando transformar a França em uma potência industrial e destruir a prosperidade britânica, Napoleão entrou em guerra com várias coligações militares lideradas pela Inglaterra.
Em pouco tempo, seu exército conquistou a Itália, os Países Baixos, a Polônia e vários principados da Alemanha.
Em 1806, na tentativa de arruinar a Inglaterra, decreta o Bloqueio Continental. Em 1808, usurpa o trono espanhol e nomeia seu irmão José Bonaparte como rei da Espanha.
Em 1812, com mais de 600 mil homens, Napoleão invade a Rússia, mas encontra Moscou incendiada. Sem a base de apoio, enfrenta um inverno rigoroso e a resistência do povo. Vencido, retira-se.
As esposas de Napoleão
Primeira esposa: Josefina de Beauharnais (1763-1814).

Josefina nasceu na Martinica, filha de grandes plantadores de cana de açúcar. De longe, ela sonhava com liberdade, Paris e Versailles.
Aos 16 anos ela se casou com Alexandre de Beauharnais, um amigo da familia, com quem terá dois filhos: Eugène e Hortense.
Eles se mudaram para Paris e imediatamente ela foi aceita pelas famílias nobres. Alguns anos mais tarde seu marido morre, guilhotinado pelo revolução.
Viúva, pobre e com dois filhos, Josefina foi obrigada a fazer uso das suas conexões para sobreviver.
Josefina se vestia muito bem e vivia coberta de dívidas, situação que ela resolvia usando relações e favores.
Aos 32 anos ela encontrou pela primeira vez Napoleão. Neste encontro, seu filho Eugène, de 14 anos, pede ao futuro imperador a espada do pai guilhotinado. Napoleão, sensibilizado, entregou o objeto ao filho e se apaixonou pela mãe.
Josefina viu nesta paixão a solução dos seus problemas financeiros. Eles se casaram no civil e ela continuou sua vida mundana, mal vista pela opinião pública e pela família Bonaparte.

Ainda apaixonado por Josefina, Bonaparte se tornou Napoleão I, Imperador da França. Ele adotou seus filhos, a proclamou Imperatriz na catedral Notre Dame de Paris e a cobriu de presentes, entre eles o castelo Malmaison.
Joséphine se tornou embaixatriz da elegância e da distinção francesa e realizou, assim, o sonho de Napoleão de fazer da sua corte a mais grandiosa da Europa. Ela encarnou com grande naturalidade o papel de soberana e deu ao império militar de Napoleão uma face feminina.
Josefina, já com idade avançada, não conseguiu dar um herdeiro ao trono. Ela tentou uma solução casando sua filha Hortense com Louis, irmão de Napoleão. O filho deste casal, neto de Josefina e sobrinho de Napoleão, será mais tarde o Imperador Napoleon III.
A situação do casal se desloca até o divórcio público. Grand Seigneur ele deixa com ela o título de imperatriz e Malmaison, onde ela se recolhe para cuidar dos netos e do jardim.
Segunda esposa: Maria Luísa de Áustria (1791-1847

Napoleão Bonaparte, livre de Josefina e de amantes, casou-se oficialmente, em 11 de março de 1810, com Maria Luísa de Áustria (1791-1847), irmã de Maria Leopoldina (1797-1826), esposa de Dom Pedro 1° do Brasil (1822-1831) ou Pedro IV de Portugal (de março a maio de 1826).
Foi uma esposa discreta, caseira, devota, obediente, dedicada, totalmente ao contrário do estilo de Josefina. Conseguiu rapidamente ficar grávida, dando à luz, no dia 20 de março de 1811 de um herdeiro para França, Napoléon François Charles Joseph Bonaparte (1811-1832), ou simplesmente Napoleão II da França, rei de Roma. Após Napoleão perder a guerra para os Russos em 1812 e obrigado a se exilar em abril de 1814, na ilha de Elba, na Itália, Maria Luíza fugindo das perseguições dos monarquistas que se instalaram no poder com a subida ao trono do rei Luís XVIII (1814/1815-1824) sobrevivente da guilhotina, fugiu com seu filho Napoleão II, para corte de Viena, para se encontrar com o seu pai, o imperador da Áustria, Francisco I (1768-1835).
Chegando muito febril e precisando de descanso, seu pai lhe enviou para repousar numa estação termal da Aix-les-Bains (Saboia), acompanhada pelo general austríaco Adão Adalberto von Neipperg (1765-1829).
O propósito do pai na verdade era afastá-la definitivamente de Napoleão, que ainda se encontrava na ilha de Elba esperando por sua vinda. O general seguindo ordens cumpriu bem sua missão, a seduziu com seu charme, até conquistá-la definitivamente.
E ela bem apaixonada por seu novo protetor, com medo de represálias dos franceses e de Napoleão por estar lhe traindo.
Ela continuou vivendo na Áustria, com ao lado de Adão Adalberto e do seu pai, Francisco mesmo sabendo que Napoleão, depois dos dez meses de exílio na ilha de Elba, havia retornado a Paris (20 de março de 1815) retomando o seu trono.
Napoleão sem muito tempo para resolver esse “probleminha” partiu em junho de 1815, guerrear contra a coligação anglo-prussiana, em Warteloo, na Bélgica. Com mais uma derrota foi obrigado a partir para o exílio, na ilha de Santa Helena, onde morreu em 5 de maio de 1821, aos 51 anos, sem nunca mais ter visto sua Maria Luísa e o filho, Napoleão II.
Em 8 de agosto de 1821, quatro meses depois da morte de Napoleão, Maria Luíza se casou finalmente com Adam Albert, conde de Neipperg, e tornou-se duquesa de Parma, (Itália), cidade onde passou a morar com seu novo marido.
Maria Luísa, com a morte de Adam, em 1829, viúva pela segunda vez ficou livre para um novo casamento em 17 de fevereiro de 1834, casando-se com o militar francês, Charles-René de Bombelles (1785-1856), capitão de infantaria austríaca, que tornou-se com essa união morganático, Ministro da Defesa da Áustria.
Maria Luísa morreu em Parma, por infecção nas pleuras (pleurisia), no dia 17 de dezembro de 1847, aos 56 anos.
Prisão e morte
No dia 15 de outubro de 1815, Napoleão Bonaparte foi preso e exilado pelos britânicos na ilha de Santa Helena, na costa da África. O líder político francês passou os últimos seis anos de sua vida confinado neste local. Uma autópsia concluiu que ele morreu de câncer no estômago, mas existe suspeitas de um longo e lento envenenamento por arsênio.