Belle Époque
Por Anna Gabriela Mineiro

Por Anna Gabriela Mineiro
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- O Impressionismo
O impressionismo foi um movimento artístico surgido na pintura no final do século XIX, na França. Influenciou também a música, que passou a adotar suas idéias por volta de 1890. O movimento foi um marco na arte moderna. Os autores impressionistas não mais se preocupavam com os ensinamentos do Realismo ou da academia, e mesmo se mantinham alguns aspectos do realismo, não se comprometiam com denúncia social. Reproduziam paisagens urbanas e suburbanas. Os pintores impressionistas pesquisavam a produção pictórica, não se interessavam em temáticas nobres ou no retrato fiel da realidade e sim na criação de novas formas de registrar a luz e as cores, decompondo-as, captando o instante em que a ação acontecia. As telas eram pintadas ao ar livre, o objetivo era criar obras espontâneas, inspiradas na natureza. A primeira exposição pública impressionista foi realizada em 1874, em Paris, onde participou o expositor Claude Monet, autor de Impressão: O Nascer do Sol, (1872), tela que deu origem ao nome do movimento.
- Moda nos Anos 40 - O Vestuário Utilitário da Segunda Guerra Mundial
A década de 1940 foi uma década de mudanças significativas na moda feminina, amplamente influenciada pela Segunda Guerra Mundial. Com o esforço de guerra, as mulheres foram obrigadas a assumir papéis fora de casa, incluindo empregos em fábricas e escritórios, levando a uma mudança na moda para estilos mais práticos e utilitários. Um dos itens de moda mais icônicos da década de 1940 foi a saia evasê, ajustada na cintura e larga na bainha, criando uma silhueta lisonjeira. Esse estilo foi popularizado pelo designer Christian Dior em 1947, que também apresentou a coleção "New Look" com saias rodadas e cintura marcada. Seu sucesso imediato, indica que as mulheres ansiavam pela volta do luxo e da sofisticação perdidos. Dior estava imortalizado com o seu “New Look” jovem e alegre. Era a visão da mulher extremamente feminina, que iria ser o padrão dos anos 50. A moda diurna nessa época consistia em ternos sob medida, vestidos simples e peças separadas, como blusas e saias. O racionamento de tecido significava que as mulheres tinham que ser criativas com suas roupas, geralmente se contentando com bainhas mais curtas e cortes mais finos. Acessórios como chapéus, luvas e lenços também eram populares, adicionando um toque de glamour a roupas práticas. No geral, a moda feminina da década de 1940 era marcada pela combinação de praticidade e elegância, com estilos que refletiam as mudanças sociais e econômicas da época. Apesar dos desafios da guerra, as mulheres conseguiram se expressar através de suas roupas e criar um visual distinto que permanece até hoje.
- Os Maias, de Eça de Queirós
Eça de Queirós (1845-1900) levou dez anos para escrever esse romance. Composto de dois volumes, Os Maias é o mais extenso de todos os romances que escreveu. A obra é composta de dois planos narrativos: o primeiro abrange as três gerações da família Maia, centrado em suas tragédias particulares que culminam no processo do amor incestuoso entre Carlos da Maia e Maria Eduarda; o segundo é uma crônica crítica da alta sociedade lisboeta de 1880. Resumo do livro Afonso da Maia, um nobre e rico proprietário, vive em Lisboa em uma casa denominada Ramalhete. É lá que se desenvolve grande parte da ação do romance. Pedro da Maia, seu filho, casa-se contra a vontade do pai com Maria Monforte, filha de um traficante de escravos, um negreiro, como se dizia. Com ela, Pedro da Maia tem um casal de filhos. Porém, apaixonada por um napolitano, Maria Monforte abandona o marido e foge, levando a filha. Pedro da Maia se suicida e o filho – Carlos da Mala – é entregue aos cuidados do avô. Afonso da Maia cria o neto e o encaminha para cursar medicina em Coimbra. Após formar-se, Carlos retorna ao Ramalhete e cerca-se de amigos intelectuais e da burguesia lisboeta. Carlos vem a conhecer Maria Eduarda, esposa de Castro Gomes, um brasileiro. A pretexto de atender clinicamente a governanta inglesa de Maria Eduarda, miss Sarah, Carlos passa a frequentar a casa diariamente. Os dois tomam-se amantes, e Carlos compra uma quinta nos Olivais para seus encontros com Maria Eduarda. Assim, divide o tempo entre o Ramalhete e a Quinta dos Olivais, que procura esconder do avô. Certo dia, Carlos da Maia recebe a visita de Castro Gomes que vem lhe contar que, embora em Lisboa todos dessem Maria Eduarda como sua esposa, ela, na verdade, era apenas sua amante. Embora livre para se casar com Maria Eduarda, outra tragédia irá se abater na família dos Maias. Chega de viagem o senhor Guimarães, trazendo consigo um pequeno cofre que havia recebido de Maria Monforte, que morrera em Paris. No cofre, a revelação: Maria Monforte havia sido a esposa que levara o marido, Pedro da Maia, pai de Carlos, ao suicídio. Descobre-se, assim, que os dois amantes – Carlos e Maria Eduarda — eram irmãos. O velho Afonso da Maia, vendo novamente a tragédia rondar sua família, morre. Maria Eduarda vai para Paris e lá se casa. Carlos parte para uma longa viagem. Dez anos depois volta para Portugal e reencontra os amigos, particularmente João da Ega, seu grande amigo desde os tempos de Coimbra. Juntos recordam o passado, com ironia e desesperança.
- O fuzilamento dos Romanov, a família real da Rússia
O agravamento da guerra civil na Rússia terá sido o principal motivo para a execução do czar Nicolau II e de toda a sua família, na Rússia, em 1918. Os bolcheviques queimaram depois os corpos e enterraram os restos em diversos locais. Na noite de 17 para 18 de julho de 1918, o ex-Czar Nicolau II e a restante família Romanov, a família imperial russa, receberam ordens para descer à cave da casa onde se encontravam prisioneiros, sob pretexto de preparar o seu transporte para um local mais seguro. Em vez disso, depararam com um pelotão de execução, cujo comandante leu a seguinte ordem: “Nicolai Alexandrovich, devido ao facto de os teus familiares continuarem a atacar a Rússia Soviética, o Comité Executivo dos Urais decidiu levar a cabo a tua execução”. Os guardas ergueram então as armas e dispararam sobre a figura de Nicolau e sobre a restante família, isto é, a czarina Alexandra e os cinco filhos. Devido ao barulho e ao fumo causado pelos disparos, o massacre foi completado com o uso de baionetas. Os corpos foram posteriormente transportados para uma região remota, separados e queimados para evitar a sua identificação, e finalmente enterrados em vários locais. Justificação para as execuções sumárias, sem julgamento. A família imperial vivia numa situação precária desde a abdicação do Czar em março do ano anterior. Depois da tomada do poder pelos bolcheviques, em novembro, as condições do seu cativeiro eram cada vez mais severas. O caos social em que vivia a Rússia e o agravamento da guerra civil entre o novo poder bolchevique e as forças que lutavam pela restauração da monarquia acabou por selar o destino trágico de Nicolau II. Se o Czar fosse resgatado pelas forças que lhe eram leais, poderia liderar a contra-revolução e alterar o rumo da guerra civil. Por outro lado, qualquer membro da família real poderia assumir-se como legítimo herdeiro da coroa e prosseguir a luta contra o novo poder bolchevique. Havia, portanto, uma lógica implacável da guerra e da luta política que conduziu à decisão de executar a família imperial e de fazer desaparecer todos os vestígios da sua existência. Como é natural, estas questões continuam a ser motivo de discussão e de polémica entre os historiadores. Efeito do desaparecimento da família real As execuções tiveram lugar em Yekaterinburg, a mais de 1000 quilómetros de Moscovo, onde os Romanov estiveram prisioneiros durante alguns meses. A responsabilidade da ordem para o massacre é incerta, não se sabendo com clareza se a decisão final partiu das autoridades regionais, da polícia secreta ou do próprio Lenine. Seja como for, a execução do czar foi divulgada de imediato, mas o destino da restante família foi mantido em segredo, dando origem a inúmeras especulações. Houve boatos de que vários filhos do Czar tinham sobrevivido e surgiram diversos impostores a reivindicar essa identidade, principalmente da princesa Anastásia e do príncipe Alexei. Só em 1989 é que foi divulgada a descoberta dos restos mortais dos Romanov, que foram trasladados para a Catedral de S. Pedro e S. Paulo, em S. Petersburgo, em 1998. Pouco depois, a Igreja Ortodoxa Russa anunciou a canonização da família imperial, mas este assunto permanece um tema muito sensível e controverso no seio da sociedade russa.
- Isabel da Baviera, Imperatriz da Áustria- Parte 2
Casamento Francisco José estava apaixonadamente apaixonado pela esposa, mas ela não correspondia totalmente aos seus sentimentos e se sentia cada vez mais sufocada pela rigidez da vida na corte. Ele era um homem sóbrio e sem imaginação, um reacionário político que ainda era guiado por sua mãe e sua adesão ao rigoroso Cerimonial da Corte Espanhola em relação a sua vida pública e doméstica, enquanto Isabel habitava um mundo completamente diferente. Inquieta a ponto de hiperatividade, naturalmente introvertida e emocionalmente distante do marido, ela fugia dele, bem como de seus deveres de vida na corte, evitando os dois tanto quanto podia. Ele se permitiu suas andanças, mas constantemente e sem sucesso tentou levá-la para uma vida mais doméstica com ele. Isabel dormia muito pouco e passava horas lendo e escrevendo à noite, e até começou a fumar, um hábito chocante para as mulheres que a tornava objeto de fofoca já ávida. Ela tinha um interesse especial por história, filosofia e literatura, e desenvolveu uma profunda reverência pelo poeta lírico alemão e pensador político radical, Heinrich Heine, cujas cartas ela colecionou. Ela tentou fazer seu nome escrevendo poesia inspirada em Heine. Referindo-se a si mesma como Titânia, a Rainha das Fadas de Shakespeare, Isabel expressou seus pensamentos íntimos e desejos em um grande número de poemas românticos, que serviram como uma espécie de diário secreto. A maior parte de sua poesia relaciona-se com suas viagens, temas clássicos gregos e românticos e comentários irônicos sobre a dinastia dos Habsburgos. Isabel era uma mulher emocionalmente complexa, e talvez devido à melancolia e excentricidade que era considerada uma característica de sua linhagem Wittelsbach (o membro mais conhecido da família sendo seu primo favorito, o excêntrico Luís II da Baviera), ela estava interessada no tratamento de doentes mentais. Em 1871, quando o imperador lhe perguntou o que ela gostaria de presente para o dia de seu santo, ela listou um jovem tigre e um medalhão, mas: "... um asilo para lunáticos totalmente equipado me agradaria mais". Assassinato Às 13h35 de sábado, 10 de setembro de 1898, Isabel e a condessa Irma Sztáray, sua dama de companhia, deixaram o hotel às margens do Lago de Genebra a pé para pegar o vapor Genève para Montreux. Visto que a imperatriz desprezava as procissões, ela insistia que andassem sem os outros membros de sua comitiva. Eles estavam caminhando pelo calçadão quando o anarquista italiano Luigi Lucheni, de 25 anos, se aproximou deles, tentando espiar por baixo da sombrinha da imperatriz. Segundo Sztáray, quando o sino do navio anunciava a partida, Lucheni pareceu tropeçar e fez um movimento com a mão como se quisesse manter o equilíbrio. Na verdade, em um ato de "propaganda do feito", ele apunhalou Isabel com uma lima de agulha afiada de 4 polegadas (100 mm) de comprimento (usada para lixar os orifícios de agulhas industriais) que ele inseriu em um cabo de madeira. Lucheni planejou originalmente matar Filipe, duque de Orléans; mas o Pretendente ao trono da França havia deixado Genebra mais cedo para o Valais. Não conseguindo encontrá-lo, o assassino escolheu Isabel quando um jornal de Genebra revelou que a elegante mulher que viajava sob o pseudônimo de "Condessa de Hohenembs" era a imperatriz Isabel da Áustria. “Sou anarquista por convicção ... Vim a Genebra para matar um soberano, com o objetivo de dar exemplo aos que sofrem e aos que nada fazem para melhorar sua posição social; não importava para mim quem era o soberano que eu deveria matar ... Não foi uma mulher que eu golpeei, mas uma Imperatriz; era uma coroa que eu tinha em vista.” Depois que Lucheni a golpeou, a imperatriz desabou. Um cocheiro ajudou-a a se levantar e alertou o concierge austríaco do Beau-Rivage, um homem chamado Planner, que observava o progresso da imperatriz em direção ao Genève. As duas mulheres caminharam cerca de 100 jardas (91 m) até o passadiço e embarcaram, quando Sztáray relaxou seu aperto no braço de Isabel. A imperatriz então perdeu a consciência e desabou ao lado dela. Sztáray chamou um médico, mas apenas uma ex-enfermeira, também passageira, estava disponível. O capitão do barco, capitão Roux, desconhecia a identidade de Isabel e como fazia muito calor no convés, aconselhou a condessa a desembarcar e levar seu companheiro de volta ao hotel. Enquanto isso, o barco já estava saindo do porto. Três homens carregaram Isabel até o convés superior e a colocaram em um banco. Sztáray abriu seu vestido, cortou os laços do espartilho para que ela pudesse respirar. Isabel reviveu um pouco e Sztáray perguntou se ela estava com dor, e ela respondeu: "Não". Ela então perguntou: "O que aquele homem queria?" e perdeu a consciência novamente. A condessa Sztáray notou uma pequena mancha marrom acima do seio esquerdo da imperatriz. Alarmada por Isabel não ter recuperado a consciência, ela informou ao capitão sua identidade, e o barco voltou para Genebra. Isabel foi carregada de volta ao Hotel Beau-Rivage por seis marinheiros em uma maca improvisada com uma vela, almofadas e dois remos. Fanny Mayer, a esposa do diretor do hotel, uma enfermeira visitante e a condessa despiram Isabel e tiraram seus sapatos, quando Sztáray notou algumas pequenas gotas de sangue e um pequeno ferimento. Quando a retiraram da maca para a cama, ela estava claramente morta; Frau Mayer acreditava que as duas respirações audíveis que ouviu a imperatriz respirar ao ser trazida para a sala foram as últimas. Dois médicos, Dr. Golay e Dr. Mayer chegaram, junto com um padre, que era tarde demais para conceder sua absolvição. Mayer fez uma incisão na artéria de seu braço esquerdo para determinar a morte e não encontrou sangue. Ela foi declarada morta às 14h10. Todos se ajoelharam e oraram pelo repouso de sua alma, e a condessa Sztáray fechou os olhos de Isabel e juntou as mãos. Isabel foi a imperatriz da Áustria por 44 anos. Quando Francisco José recebeu o telegrama informando-o da morte de Isabel, seu primeiro medo foi que ela tivesse cometido suicídio. Foi somente quando uma mensagem posterior chegou, detalhando o assassinato, que ele foi liberado dessa noção. O telegrama pedia permissão para a autópsia e a resposta era que todos os procedimentos prescritos pela lei suíça deveriam ser cumpridos. A autópsia foi realizada no dia seguinte por Golay, que descobriu que a arma, que ainda não havia sido encontrada, havia penetrado 3,33 polegadas (85 mm) no tórax de Isabel, fraturado a quarta costela, perfurado o pulmão e pericárdio e penetrado no coração do topo antes de sair pela base da esquerda ventrículo esquerdo. Por causa da nitidez e da espessura da lima, o ferimento era muito estreito e, devido à pressão do espartilho extremamente apertado de Isabel, a hemorragia de sangue no saco pericárdico ao redor do coração foi reduzida a meras gotas. Até que esse saco fosse preenchido, as batidas de seu coração não eram impedidas, razão pela qual Isabel conseguiu caminhar do local do assalto e subir a rampa de embarque do barco. Se a arma não tivesse sido removida, ela teria vivido mais um pouco, pois teria agido como um tampão para estancar o sangramento. Golay fotografou o ferimento, mas entregou a fotografia ao procurador-geral suíço, que mandou destruí-la, por ordem de Francisco, junto com os instrumentos de autópsia. Enquanto Genebra se fechava em luto, o corpo de Isabel foi colocado em um caixão triplo: dois internos de chumbo, o terceiro externo em bronze, repousando sobre garras de leão. Na terça-feira, antes de os caixões serem lacrados, os representantes oficiais de Francisco José chegaram para identificar o corpo. O caixão tinha dois painéis de vidro, cobertos por portas, que podiam ser puxadas para trás para permitir que seu rosto fosse visto. Ao avistar o cadáver, Francisco José, proferiu: "Ninguém nunca saberá o quanto eu amei essa mulher". Na quarta-feira de manhã, o corpo dela foi levado de volta para Viena a bordo de um trem funerário. A inscrição em seu caixão dizia: “Isabel, Imperatriz da Áustria”. Os húngaros ficaram indignados e as palavras “e Rainha da Hungria” foram acrescentadas às pressas. Todo o Império Austro-Húngaro estava em luto profundo; 82 soberanos e nobres de alto escalão seguiram o cortejo fúnebre na manhã de 17 de setembro ao túmulo na Igreja dos Capuchinhos.
- Isabel da Baviera, Imperatriz da Áustria- Parte 1
Isabel Amália Eugénia da Baviera (em alemão: Elisabeth Amalie Eugenie von Bayern; Munique, 24 de dezembro de 1837 — Genebra, 10 de setembro de 1898), apelidada de Sissi, foi a esposa do imperador Francisco José I e Imperatriz Consorte da Áustria e seus demais domínios de 1854 até sua morte, em 1898. Ela teve uma criação informal antes de se casar, aos dezesseis anos, com o imperador Francisco José I. O casamento a empurrou para uma vida muito mais formal na corte dos Habsburgos, para a qual não estava preparada e que considerou incompatível. No início do casamento ela teve problemas com sua sogra, A Arquiduquesa Sofia, que assumiu a criação das filhas de Isabel, uma das quais, Sofia, morreu na infância. O nascimento do herdeiro aparente, o príncipe herdeiro Rodolfo, melhorou sua posição na corte, mas sua saúde sofreu com a tensão e ela costumava visitar a Hungria, seu ambiente mais relaxado. Ela desenvolveu uma profunda relação com a Hungria e ajudou a criar a monarquia dual da Áustria-Hungria em 1867. A morte de seu único filho e sua amante, Maria Vetsera, em um homicídio-suicídio em sua cabana de caça em Mayerling em 1889 foi um golpe do qual Isabel nunca se recuperou. Ela se retirou das funções cerimoniais na corte e viajou muito, desacompanhada de sua família. Em 1890, ela mandou construir um palácio na ilha grega de Corfu, que ela visitava com frequência. O palácio Achilleion, com um elaborado motivo mitológico, serviu de refúgio. Ela estava obsessivamente preocupada em manter sua figura e beleza juvenis, que já eram lendárias durante sua vida. Em 1897, sua irmã, a duquesa Sofia da Baviera, morreu em um incêndio acidental no "Bazar de la Charité" em Paris. Enquanto viajava por Genebra em 1898, Sissi foi mortalmente ferida por um anarquista italiano chamado Luigi Lucheni. Nascida Elisabeth Amalie Eugenie na noite do dia 24 de dezembro de 1837 em Munique, Baviera, ela era a segunda filha do duque Maximiliano José na Baviera e da princesa Luísa da Baviera, meia-irmã do rei Luís I da Baviera.[4] Maximiliano era considerado bastante peculiar; ele tinha um amor infantil por circos e viajou pelo interior da Baviera para escapar de suas obrigações. As casas da família eram o Herzog-Max-Palais em Munique durante o inverno e o Castelo de Possenhofen nos meses de verão, longe dos protocolos da corte. "Sisi" e seus irmãos cresceram em um ambiente muito desenfreado e não estruturado; ela frequentemente pulava as aulas para passear pelo campo. Em 1853, a princesa Sofia da Baviera, mãe do imperador Francisco José, de 23 anos, preferindo ter uma sobrinha como nora em vez de uma estranha, arranjou um casamento entre seu filho e a filha mais velha de sua irmã Luísa, Helena. Embora o casal nunca tenha se conhecido, a obediência de Francisco era considerada natural pela arquiduquesa, que já foi descrita como "o único homem em Hofburg" por sua maneira autoritária. A duquesa e Helena foram convidadas a viajar para o resort de Bad Ischl na Alta Áustria para receber sua proposta formal de casamento. Sissi, de quinze anos, acompanhou a mãe e a irmã e elas viajaram de Munique em vários ônibus. Chegaram atrasados porque a Duquesa, com tendência à enxaqueca, teve de interromper a viagem; o treinador com seus vestidos de gala nunca chegou. A família ainda estava de luto pela morte de uma tia, então eles se vestiram de preto e não puderam mudar para roupas mais adequadas antes de conhecer o jovem imperador. Embora o preto não combinasse com a cor escura de Helena, de dezoito anos, fazia o louro de sua irmã mais nova parecer mais impressionante por contraste. Helena era uma jovem piedosa e quieta, e ela e Francisco não se sentiam à vontade na companhia um do outro, mas ele ficou instantaneamente apaixonado por sua irmã mais nova. Ele não propôs casamento a Helena, mas desafiou sua mãe e informou-a de que se ele não pudesse ter Isabel, ele não se casaria. Cinco dias depois, seu noivado foi oficialmente anunciado. O casal se casou oito meses depois em Viena, na Catedral Agostiniana de Viena, em 24 de abril de 1854. O casamento foi finalmente consumado três dias depois, e Isabel recebeu um dote equivalente a US$ 240 000, em valores de 2015. Imperatriz da Áustria Depois de desfrutar de uma infância informal e desestruturada, Isabel, que era tímida e introvertida por natureza e mais ainda entre a sufocante formalidade da vida na corte dos Habsburgos, teve dificuldade em se adaptar ao Hofburg e seus rígidos protocolos e etiqueta estrita. Em poucas semanas, Isabel começou a apresentar problemas de saúde: ela tinha acessos de tosse e ficava ansiosa e assustada sempre que precisava descer uma escada estreita e íngreme. Ela ficou surpresa ao descobrir que estava grávida e deu à luz seu primeiro filho, uma filha, a arquiduquesa Sofia da Áustria (1855-1857), apenas dez meses após seu casamento. A arquiduquesa Sofia da Baviera, que muitas vezes se referia a Isabel como uma "jovem mãe boba". não só deu o nome da criança sem consultar a mãe, mas assumiu o controle total do bebê, recusando-se a permitir que Isabel amamentasse ou cuidasse de sua própria filha. Quando uma segunda filha, a arquiduquesa Gisela da Áustria (1856–1932), nasceu um ano depois, a arquiduquesa também tirou o bebê de Isabel. O fato de ela não ter gerado um herdeiro homem tornava Isabel cada vez mais indesejada no palácio. Um dia ela encontrou um panfleto em sua mesa com as seguintes palavras sublinhadas: “... O destino natural de uma rainha é dar um herdeiro ao trono. Se a Rainha tiver a sorte de fornecer ao Estado um Príncipe Herdeiro, este deve ser o fim de sua ambição, ela não deve de forma alguma se intrometer no governo de um Império, cujo cuidado não é tarefa das mulheres. Se a rainha não tiver filhos, ela é apenas uma estrangeira no estado, e uma estrangeira muito perigosa também. Pois como ela nunca pode esperar ser vista com bons olhos aqui, e deve sempre esperar ser enviada de volta de onde veio, ela sempre buscará ganhar o Rei por outros meios que não os naturais; ela lutará por posição e poder por meio da intriga e da semeadura da discórdia, para o mal do Rei, da nação e do Império...”. A sogra dela é geralmente considerada a fonte do panfleto malicioso. A acusação de intromissão política referia-se à influência de Isabel sobre seu marido em relação a seus súditos italiano e húngaro. Quando ela viajou para a Itália com ele, ela o persuadiu a mostrar misericórdia para com os prisioneiros políticos. Em 1857, Isabel visitou a Hungria pela primeira vez com seu marido e duas filhas, e isso deixou uma impressão profunda e duradoura sobre ela, provavelmente porque na Hungria ela encontrou um alívio bem-vindo das restrições da vida na corte austríaca. Foi "a primeira vez que Isabel se encontrou com homens de caráter no reino de Francisco José, e ela conheceu uma independência aristocrática que desprezava esconder seus sentimentos por trás de formas corteses de fala. Ela sentiu seu íntimo se manifestar em solidariedade às pessoas orgulhosas e firmes desta terra ...". Ao contrário da sua sogra, a arquiduquesa Sofia, que desprezava os húngaros, Isabel sentia tal afinidade por eles que começou a aprender húngaro; o país retribuiu em sua adoração por ela. Essa mesma viagem foi trágica, pois os dois filhos de Isabel ficaram doentes. Enquanto Gisela se recuperava rapidamente, Sofia, de dois anos, foi ficando cada vez mais fraca e depois morreu no dia 29 de maio de 1857 com 2 anos. Hoje, geralmente se presume que ela morreu de tifo. Sua morte empurrou Isabel, que já era propensa a crises de melancolia, a períodos de profunda depressão, que a assombrariam pelo resto de sua vida. Ela se afastou de sua filha viva, começou a negligenciá-la e seu relacionamento nunca se recuperou. Em dezembro de 1857, Isabel engravidou pela terceira vez em tantos anos, e sua mãe, que se preocupava com a saúde física e mental de sua filha, esperava que esta nova gravidez a ajudasse a se recuperar. Com 1,72 m de altura, Isabel era excepcionalmente alta. Mesmo depois de três gestações, ela manteve seu peso em aproximadamente 50 kg pelo resto de sua vida. Ela conseguiu isso por meio de jejum e exercícios, como ginástica e equitação. Em profundo luto após a morte de sua filha Sofia, Isabel recusou-se a comer por dias; um comportamento que reapareceria em períodos posteriores de melancolia e depressão. Enquanto ela já jantava com a família, ela agora começou a evitar isso; e se comia com eles, comia rapidamente e muito pouco. Sempre que seu peso ameaçava ultrapassar os cinquenta quilos, uma "cura pelo jejum" ou "cura da fome" se seguia, que envolvia um jejum quase completo. A própria carne muitas vezes a enchia de nojo, então ou ela tinha o suco de bifes meio crus espremidos em uma sopa rala, ou então aderiu a uma dieta de leite e ovos. Isabel enfatizou sua extrema magreza através da prática do "laço apertado". Durante o período de pico de 1859-60, que coincidiu com as derrotas políticas e militares de Francisco José na Itália, seu afastamento sexual de seu marido após três gestações em rápida sucessão e sua perda de batalha com sua sogra pelo domínio na criação seus filhos, ela reduziu sua cintura para 40 cm de circunferência. Os espartilhos da época eram do tipo busk dividido, prendendo-se na frente com ganchos e olhais, mas Isabel tinha uns mais rígidos, com frente sólida, feitos de couro em Paris, "como os das cortesãs parisienses", provavelmente para aguentar o estresse de um laço tão extenuante, "um procedimento que às vezes demorava uma hora". O fato de" ela os usar apenas por algumas semanas", pode indicar que mesmo o couro se mostrou inadequado para suas necessidades. A exibição desafiadora de Isabel dessa dimensão exagerada irritou sua sogra, que esperava que ela ficasse grávida continuamente. Embora em seu retorno a Viena em agosto de 1862, uma dama de companhia relatou que "ela se alimentava bem, dormia bem e não usava mais renda justa",suas roupas desta época até sua morte ainda mediam apenas 18 1/2 - 19 1/2 polegadas em torno da cintura, o que levou o Príncipe de Hesse a descrevê-la como “quase desumanamente esguia”. Ela desenvolveu um horror por mulheres gordas e transmitiu essa atitude para sua filha mais nova, Maria Valéria, que ficou apavorada quando, ainda menina, conheceu a Rainha Vitória. A imperatriz com suas duas filhas e um retrato da falecida arquiduquesa Sofia Frederica, 1858. Em sua juventude, Isabel seguiu a moda da época, que por muitos anos foram saias de aro com crinolina em gaiola, mas quando a moda começou a mudar, ela estava na vanguarda de abandonar a saia de aro por uma silhueta mais justa e esguia. Ela não gostava tanto de equipamentos caros quanto do protocolo que ditava mudanças constantes de roupas, preferindo trajes simples e monocromáticos como um hábito de montaria. Ela nunca usou anáguas ou qualquer outra "roupa de baixo", pois adicionavam volume, e muitas vezes era literalmente costurada em suas roupas, para contornar cós, vincos e rugas e para enfatizar ainda mais a "cintura de vespa" que se tornou sua marca registrada. A imperatriz desenvolveu hábitos de exercício extremamente rigorosos e disciplinados. Cada castelo em que ela morava era equipado com um ginásio, o Salão dos Cavaleiros de Hofburg foi convertido em um, esteiras e vigas de equilíbrio foram instaladas em seu quarto para que ela pudesse praticar nelas todas as manhãs, e a villa imperial em Ischl foi instalada com espelhos gigantes para que ela pudesse corrigir todos os movimentos e posições. Ela começou a praticar esgrima aos 50 anos com igual disciplina. Uma amazona fervorosa, ela cavalgava todos os dias por horas a fio, tornando-se provavelmente a melhor, e também a mais conhecida, equestre feminina da época. Quando, devido à ciática, ela não aguentava mais longas horas na sela, ela substituiu a caminhada, submetendo seus assistentes a marchas intermináveis e caminhadas em qualquer tempo. Nos últimos anos de sua vida, Isabel tornou-se ainda mais inquieta e obsessiva, pesando-se até três vezes ao dia. Ela regularmente tomava banhos de vapor para evitar ganho de peso; em 1894 ela definhou e quase emagreceu, atingindo seu ponto mais baixo de 43,5 kg. Havia algumas aberrações na dieta de Isabel que parecem ser sinais de compulsão alimentar. Em uma ocasião em 1878, a Imperatriz surpreendeu seus companheiros de viagem quando ela inesperadamente visitou um restaurante incógnito, onde bebeu champanhe, comeu um frango grelhado e uma salada italiana, e terminou com uma "quantidade considerável de bolo". Ela pode ter satisfeito seu desejo de comer em segredo em outras ocasiões; em 1881 ela comprou uma casa de campo inglesa e construiu uma escada em espiral da sala de estar para a cozinha, de modo que ela pudesse alcançá-la com privacidade. Além de seu rigoroso regime de exercícios, Isabel praticava rotinas de beleza exigentes. Os cuidados diários com seus cabelos abundantes e extremamente longos, que com o tempo passaram de loiros escuros de sua juventude a castanhos, levavam pelo menos três horas. Seu cabelo era tão comprido e pesado que ela sempre reclamava que o peso das elaboradas tranças duplas e grampos lhe dava dores de cabeça. Sua cabeleireira, Franziska Feifalik, era originalmente uma cabeleireira de palco no Wiener Burgtheater. Responsável por todos os penteados ornamentados de Isabel, ela geralmente a acompanhava em suas andanças. Feifalik foi proibida de usar anéis e obrigada a usar luvas brancas; depois de horas vestindo, trançando e prendendo as tranças da imperatriz, os cabelos que caíram tiveram de ser apresentados em uma tigela de prata para sua reprovação imperatriz para inspeção. Quando seu cabelo era lavado com uma combinação de ovos e conhaque uma vez a cada duas semanas, todas as atividades e obrigações eram canceladas naquele dia. Antes da morte de seu filho, ela encarregou Feifalik de remover os cabelos grisalhos, mas no final de sua vida seu cabelo foi descrito como "abundante, embora com mechas prateadas". Isabel usava essas horas em cativeiro durante a preparação para aprender línguas; ela falava inglês e francês fluentemente e acrescentou o grego moderno aos estudos em húngaro. Seu tutor grego, Constantin Christomanos, descreveu o ritual: O cabeleireiro leva quase duas horas, disse ela, e enquanto meu cabelo está ocupado, minha mente fica ociosa. Tenho medo que minha mente escape pelos cabelos e pelos dedos do meu cabeleireiro. Daí minha dor de cabeça depois. A Imperatriz sentou-se a uma mesa que foi movida para o meio da sala e coberta com um pano branco. Ela estava envolta em um penhoar branco amarrado, seu cabelo, solto e indo até o chão, envolvia seu corpo inteiro. Isabel usava cosméticos e perfumes com moderação, pois desejava mostrar sua beleza natural. Por outro lado, para preservar sua beleza, ela testou inúmeros produtos de beleza preparados tanto na farmácia da corte quanto por uma dama de companhia em seus próprios aposentos. Ela parecia preferir o "Crème Céleste" (composto de cera branca, espermacete , óleo de amêndoa doce e água de rosas), mas preferia uma grande variedade de tônicos faciais e águas. Seus rituais noturnos e de dormir eram igualmente exigentes. Isabel dormia sem travesseiro em uma cabeceira de cama de metal, que ela acreditava ser melhor para manter e manter sua postura ereta; vitela crua ou morangos esmagados revestiam sua máscara facial noturna de couro. Ela também era fortemente massageada e costumava dormir com panos embebidos em vinagre de violeta ou de cidra acima dos quadris para preservar sua cintura fina; seu pescoço estava envolto em panos embebidos em água de lavagem em tons de Kummerfeld. Para preservar ainda mais o tom de sua pele, ela tomava um banho frio todas as manhãs (o que anos mais tarde agravava sua artrite) e um banho de azeite à noite. Depois dos trinta e dois anos, ela decidiu que não queria que a imagem pública da beleza eterna fosse desafiada. Portanto, ela não se sentou mais para retratos e não permitiu nenhuma fotografia. As poucas fotos tiradas sem o seu conhecimento mostram uma mulher “graciosa, mas quase esguia demais”. Continua...
- 1930: Crise e Elegância
O início da década dos anos 30 é caracterizado pelo reflexo da crise mundial da queda da Bolsa de Valores em New York, em 1929. Assim, as pessoas possuíam rendimentos mais baixos, muitas empresas faliram e o desemprego estava elevado. Relativamente à moda, o visual tornou-se mais sóbrio e menos ousado em comparação com os anos 20. Para além disso, as pessoas começaram a procurar materiais mais baratos como o algodão. Quanto à moda feminina, as peças de roupa tornaram-se mais compridas e justas, fazendo com que a forma do corpo estivesse mais delineada. A moda dos anos 30 descobriu o esporte, a vida ao ar livre e os banhos de sol. Os mais abastados procuravam lugares à beira-mar para passar períodos de férias. Seguindo as exigências das atividades esportivas, os saiotes de praia diminuíram, as cavas aumentaram e os decotes chegaram até a cintura, assim como alguns modelos de vestidos de noite. Os cabelos passaram a ser compridos e com ondas. Surgem variadas combinações, como por exemplo, saia e blusa e saia e casaco. Para além disso, surgiu também a sapatilha e o sapato pump (sapato que deixa o peito do pé à mostra). Em termos de acessórios, as luvas e a boina francesa eram essenciais no visual da mulher. A moda dos anos 30 era inspirada nos desportos ao ar livre e nos banhos de sol, levando ao aparecimento do biquíni e dos decotes até à cintura. Nessa altura, as mulheres deveriam ser magras, bronzeadas e desportistas. Enquanto antes as pessoas optavam por fazer roupas sob medida, nos anos 30 a produção em massa começa a ganhar força. A crise financeira fazia com que as pessoas procurassem por opções mais baratas e acessíveis. Os zíperes também ganham espaço, pois o custo era menor que o de botões. No final dos anos 30, com a aproximação da Segunda Guerra Mundial, que estourou na Europa em 1939, as roupas já apresentavam uma linha militar, assim como algumas peças já se preparavam para dias difíceis, como as saias, que já vinham com uma abertura lateral, para facilitar o uso de bicicletas. Muitos estilistas fecharam suas maisons ou se mudaram da França para outros países. A guerra viria transformar a forma de se vestir e o comportamento de uma época.
- Hever Castle: O lar de Ana Bolena (Parte II)
Hever Castle está situado no coração da zona rural de Kent, e possui mais de 700 anos. Ele reside como um elemento relativamente pequeno em meio a vasta paisagem rural. Apesar de sua modesta arquitetura, ele desempenhou um importante papel na história da Inglaterra. Hever Castle, foi construído por volta de 1270, tendo como proprietário William de Hever, um xerife sob o reinado de Eduardo I. Este castelo medieval, foi feito a partir de uma enorme portaria e um pátio murado, que foram cercados por um fosso para a defesa e uma ponte levadiça de madeira. Em 1460, quando o castelo entrou na posse de um rico comerciante de Londres chamado Henry Bullen, moradias Tudor foram adicionadas dentro dos muros de proteção. O filho de Henry, Thomas, que mais tarde mudou seu sobrenome para Bolena (Boleyn, embora a grafia antiga ainda fosse pouco utilizada) casou-se com Elizabeth Howard, filha do Duque de Norfolk, e herdou o lugar. Quando Sir Thomas Bolena, herdou Hever Castle de seu pai em 1505, ele o transformou em uma casa de família para sua esposa e seus três filhos Maria, George e Ana. Hever Castle foi o lar de Ana durante a infância, embora ela tenha passado parte de sua juventude em outro local. Ela primeiro deixou a Inglaterra em 1513, rumo à Holanda, onde foi colocada na Corte de Margaret Arquiduquesa da Áustria, regente da Holanda. No outono de 1514, ela foi uma das damas de companhia na Corte da Rainha Maria de França – irmã de Henrique VIII, e também da Rainha Claude, até que em 1522, retornou à Inglaterra (leia a Saga Bolena). Mesmo depois de mais de oito anos longe de casa, Ana não voltaria imediatamente para Hever, e sim para a Corte Tudor de Henrique VIII, a serviço da Rainha Catarina. Finalmente, em 1523, ela retorna a viver no Castelo de Hever, quando enfim, é exilada da Corte Inglesa após sua frustrada tentativa de casar-se com Lord Henry Percy. Sala onde ficam expostas tapeçarias Tudor e um dos mais famosos livros de orações de Ana Bolena. Quando voltou para a Corte em 1525, Ana ainda estava nos estágios iniciais do drama que iria consumi-la pelo resto de sua vida, levando a sua execução em 1536. Não surpreendentemente, Hever Castle desempenhou um papel importante neste drama. Embora Ana tenha passado um bom tempo na Corte, Hever ainda era sua casa e Henrique VIII certamente visitou-a lá, na esperança de conquistá-la como amante. O prolongado namoro de Ana e Henrique, fez surgir inúmeros benefícios para a família Bolena e deixou uma marca indireta em Hever Castle. A favor Real, foi concedido a Ana o título de Marquês de Pembroke (título masculino) em 1532 e a seu pai o título Conde de Ormonde e Wiltshire em 1529 e por conexão, seu irmão George tornou-se Visconde Rochford. Maria, a irmã de Ana (e outrora amante de Henrique), recebeu $ 100 de uma pensão – que antes acreditava-se ser de um filho bastardo do Rei. Toda essa boa sorte e prosperidade, certamente ajudaram a melhorar e distinguir Hever, especialmente, quando o casamento de Ana e Henrique, fez com que o castelo passasse a ser a casa da família da Rainha da Inglaterra. O interior do Castelo, havia sido transformado em uma confortável mansão Tudor, mas ainda era relativamente pequeno (o pé direito é bastante baixo, comparado aos padrões atuais), especialmente quando as amplas e mais luxuosas dependências Tudor, só foram adicionadas no início do século XX. Na verdade, uma vez que você entra no castelo de Hever, qualquer sentimento de espanto ou pompa que você possa ter experimentado ao vislumbrar seu exterior, torna-se um pouco menor, quando você tem de abaixar-se e esquivar-se a fim de evitar bater com a cabeça na parte superior das portas baixas. Como resultado, o quarto de Ana, que pode ser visto pelos visitantes de Hever Castle, é apertado e pequeno. Quanto ao exterior do castelo, é difícil dizer como o terreno se parecia nos tempos de Ana, mas não há dúvida, de que eles não incluíam os magníficos jardins do século XX, o famoso labirinto ou o Parquinho. No entanto, Ana conseguiu divertir-se e ser feliz durante o tempo em que passou no castelo, provavelmente refinando o seu talento para a música ou leitura de seus livros pessoais de orações, que hoje estão encontram-se em exposição em Hever. É claro, que toda esta maravilhosa boa sorte chegou a um abrupto fim, quando Ana foi executada em 19 de maio de 1536. Dois dias antes, o irmão de Ana, havia sido executado após ser julgado e culpado de cometer adultério com ela. Sua morte eficazmente, terminou com a nobre aristocracia conferida a seu pai, no auge da paixão de Henrique com Ana. A linha ficou permanentemente extinta, quando o pai de Ana morreu em 1539 (seu túmulo encontra-se na capela de Hever). Com sua morte, o Castelo de Hever passou para a Coroa. Ironicamente, o castelo foi dado à quarta esposa de Henrique VIII, Ana de Cleves, em 1540, como parte de seu acordo de divórcio. O castelo passou a ser propriedade de Ana de Cleves, até sua morte em 1557, apesar de não sabermos de fato quanto tempo ela passou lá. Vista aérea do terreno do Castelo. Nele podemos ver o lago, os jardins e o labirinto. Pelos próximos três séculos e meio, Hever Castle passou por uma série de proprietários e um eventual declínio, que terminou em 1903, quando foi comprado pelo milionário americano, William Waldorf Astor. Astor foi meticulosamente cuidadoso em restaurar Hever, mantendo a aparência original externa e mantendo o máximo possível o interior no estilo Tudor original da época. Embora muitos dos quartos tenham sido convertidos em áreas mais modernas, outros quartos como o de Ana, foram mantidos em grande parte intactos, e todos os quartos de hoje, incluem artes e artefatos dos tempos Tudor ou relacionados com a família Bolena, Henrique VIII e suas seis esposas. Fora do castelo, Astor melhorou e expandiu o terreno, incluindo a criação de um lago de 35 hectares, um caminho a pé chamado “Anne Boleyn’s walk”, e vários belos jardins com esculturas italianas clássicas. O espírito de Ana, deve aprovar estas modernas adições, pois dizem que seu fantasma ainda vagueia pelos jardins e pontes que cercam o castelo. Devido ao tamanho e as limitações de espaço do castelo original, Astor também expandiu Hever, adicionando 100 quartos no vilarejo Tudor para acomodar os hóspedes. O resultado foi surpreendentemente autêntico e encantador, e hoje a vila serve como um centro de conferências completo com 20 quartos, uma sala de jantar para 64 pessoas, sala de reuniões para 25 pessoas e sala de apresentação para 60. Para os viajantes, o castelo foi aberto ao público desde 1983 e é muito aconchegante e familiar, o que pode realmente ser considerado uma desvantagem para alguns visitantes. Mas se você conseguir olhar além de alguns dos elementos mais “turísticos” e infantis talvez fugindo para o Rose Garden – Hever Castle é um destino imperdível para todos os amantes de história.
- Hever Castle: O lar de Ana Bolena (Parte: I)
Hever Castle, é um importante Castelo histórico na paisagem inglesa, uma vez que este, foi o lar de uma das mais famosas Rainhas da Inglaterra, Ana Bolena. Hoje em dia, é o local onde muitos admiradores de Ana, vão procurando conhecer a fundo sua figura, sua história, seus passos, para conhecer melhor, onde esta enigmática figura viveu. É improvável que Ana tenha nascido lá, pois na época de seu nascimento (data mais amplamente aceita: 1501), sua família residia em Blickling, uma casa que já não existe e que hoje da lugar à Blickling Hall. Hever Castle no entanto, foi sem dúvidas, seu lar enquanto cresceu e palco para muitos importantes momentos em sua vida, como para onde foi banida, quando Wolsey impediu seu casamento com Henry Percy, onde retirou-se quando fugiu da Corte Inglesa, onde recebeu as primeiras visitas do Rei, e também onde ganhou sua batalha contra a doença do suor maligno, que matou tantas pessoas. Hoje em dia, Hever é aberto para visitas, e tem muitas atrações interessantes à oferecer! Descobrindo Hever, o que podemos ver: Brasão de armas Bolena: O brasão de arma da família, e encontra-se sobre a lareira na sala de jantar. Quarto de Ana Bolena: A localização provável de seu aposento, é no andar de cima; é provável que Ana e Maria, sua irmã, tenham dividido o local. Sua decoração data do século XV, ele possui um teto abobadado, um retrato de Ana com seu colar de ”B” e uma cabeceira que acreditavam ter sido dela, mas devido à estudos, foi datada por volta de 1600, nela existem as palavras: “Parte da cama de Ana Bolena em Hever- 1520”. O fantasma de Ana Bolena: O fantasma de Ana Bolena, assim como o de muitas personalidades do período Tudor, são muito famosos e frequentam muitos locais históricos. Os locais mais conhecidos, devido a relatos de suas aparições, são: Hever Castle (seu lar durante a infância), Blickling Hall (seu local de nascimento) e a Torre de Londres (Local de execução). De acordo com Hever Castle, o fantasma de Ana Bolena, detém o recorde de espírito mais avistado, tendo sido visto mais de 30.000 vezes em cerca de 120 localidades. Relógio: Existe uma réplica do relógio que Henrique VIII, deu como presente de casamento à Ana. Tapeçaria: Existe uma tapeçaria, que mostra o casamento do Rei Luís XII da França e a Princesa Maria Tudor, irmã de Henrique VIII. É possível, que Ana, como esteve na França à serviço de Maria, como dama de companhia, esteja retratada nesta tapeçaria, mas não temos como ter certeza. Suposto quarto de Henrique VIII: Como o nome sugere, é apenas uma suspeita. Ninguem sabe ao certo, se a grande sala em Hever, de fato, foi onde o monarca residiu em suas visitas. A hipótese surgiu, devido a decoração destoante e suntuosa do local. Na sala, seu teto de madeira data de 1462 e seus painéis de madeira de 1565. Podemos encontrar também, sobre a cama, um painel posterior ao período, com os entalhes das duas esposas de Henrique, que moraram no local, Ana Bolena, e sua quarta esposa, a alemã Ana de Cleves (embora não se saiba exatamente, por quanto tempo a segunda residiu em Hever). Placa de casamento: Existe uma placa, com os brasões de armas das famílias Bolena/Howard. Em seus entalhes, podemos ver que o Rei e Sir Thomas Bolena, foram campeões de justas. Retratos do período: O Castelo, conta com uma das maiores coleções de retratos Tudor, depois do National Portrait Gallery – David Starkey. Podemos encontrar, retratos de Ana Bolena, Maria Bolena, Henrique VII e VIII e muitos outros. Livros de orações de Ana Bolena: Livros de Horas ou livros de orações, eram o que o nome sugere, um livro que continha orações pessoais, e eram populares na Inglaterra do século XIII. Eles receberam este nome, durante a Reforma, devido suas orações de oito horas à Virgem Maria. O castelo possui em exposição, dois livros de Ana Bolena, o mais antigo deles, foi escrito à mão em papel vegetal de Bruges, e carrega a inscrição ”Le temps viendra – Je Anne Boleyn” (traduzido exatamente como foi escrito, é : “O tempo virá, eu, Ana Bolena”), e o outro, acreditam que foi o que Ana levou consigo para sua execução, ele contém a inscrição “Remember me when you do pray that hope doth lead from day to day – Anne Boleyn” (Lembre-se de mim quando rezar, para que a esperança o guie no dia a dia. Ana Bolena). Continua…
- Ladurée- Salão De Chá Tradicional Parisiense
A história dos salões de chá parisiense está intimamente ligada à história da família Ladurée. Tudo começou em 1862, quando Louis Ernest Ladurée, um homem do sudoeste, criou uma padaria na rua Royale em Paris. Em 1871, depois de um incêndio na padaria, Jules Cheret, pioneiro na criação de cartazes publicitários artísticos, foi o responsável pela nova decoração. Ele se inspira nas técnicas de pintura usadas para o teto da Capela Sistina e da Ópera Garnier. Sob o Segundo Império, os cafés se desenvolvem e cada vez mais luxuosos. Eles se tornam, com os restaurantes chiques da Madeleine, os lugares de encontro mais prestigioso de Paris. Jeanne Souchard, esposa de Ernest Ladurée, filha de um famoso dono de hotel em Rouen, teve a idéia de misturar estilos: o café parisiense e pastelaria, e dá à luz a um dos primeiros cafés na capital. O salão de chá terá uma vantagem distinta sobre os cafés tradicionais: este pode receber o público feminino livremente. Este lugar de atmosfera requintada e cheia de história atraiu David Holder e seu pai Francis Holder – fundador do grupo Holder. Em 1993, eles decidem comprar, promover e expandir a famosa casa. Com atributos desde o estilo mais luxuoso de Napoleão III, o conjunto de pequenas salas no primeiro andar, decorado com móveis preciosos, torna este lugar um endereço único em Paris: um símbolo de “a arte de viver” e da Belle Époque. Especialidade Macaron Pequeno bolo redondo macio e crocante, o macaron é um produto emblemático da Ladurée. A história do macaron Ladurée começa com Pierre Desfontaines, primo de Louis Ernest Ladurée que, em meados do século XX, teve a boa idéia de juntar duas a duas conchas de macaron e de decorar com uma deliciosa ganache. Este bolo doce redondo, pequeno, crocante por fora e macio dentro, é feita todas as manhãs no laboratório da Ladurée. As pastelarias da casa dosam com precisão rigorosa, amêndoas, ovos, açúcar e uma pitada de know-how único e necessário para o seu acabamento requintado. Depois de ser cozido e recheado, deve-se esperar 48 horas antes de ser vendido. Assim, os macarons atingem um grau de equilíbrio perfeito entre sabores e texturas. Cada estação do ano, Ladurée presta homenagem ao macaron, criando um novo sabor. Cada nova criação é sempre baseada nos outros, trabalhando tanto com cores diferentes quanto o sabor. Segundo Ladurée, a cor é um efeito essencial.
- Ana Bolena-Rainha consorte da Inglaterra
Ana Bolena (1501-1533) foi a segunda esposa de Henrique VIII, rei da Inglaterra. Foi rainha consorte por apenas três anos, quando acabou decapitada. Sua filha Elizabeth tornou-se uma das mais importantes rainhas da Inglaterra. Ana Bolena nasceu no palácio de Blickling, Norfolk, Inglaterra, por volta de 1501. Filha de Sir Thomas Boleyn, diplomata do rei Henrique VIII, e posteriormente visconde de Rockford e conde de Wiltshire, e de Elizabeth Howard, filha do conde de Norfolk. Pertencia a uma das famílias mais influentes da nobreza inglesa. Infância e Juventude Ana Bolena passou boa parte de sua infância na França como dama de companhia da rainha Claudia de França, na corte do rei Francisco I, onde recebeu uma refinada educação. Em 1522, Ana Bolena retornou para a Inglaterra. Sua beleza chamou a atenção da corte e se viu rodeada de admiradores, entre eles o próprio rei Henrique VIII, que nessa época vivia com sérios problemas na sucessão do trono, pois dos cinco filhos do seu casamento com Catarina de Aragão, só sobrevivera Maria Tudor, que nascera em 1516. Na esperança de ter um herdeiro que continuasse a dinastia Tudor, o rei resolveu se divorciar da rainha. Para isso, precisava da licença do Papa Clemente VII, e de um bom motivo. Alegou o fato de ser Catarina viúva de seu irmão e consequentemente ilegítimas suas núpcias. Em 1527, quando Catarina estava com 44 anos, Henrique VIII solicitou formalmente ao papa a anulação de seu casamento. Mesmo pressionado pelo rei da Espanha e imperador da Alemanha, Carlos V, sobrinho de Catarina de Aragão, o papa não se deixou convencer. Nessa mesma época, Henrique VIII começou uma secreta relação com Ana Bolena. Casamento secreto No dia 25 de janeiro de 1533, realizou-se secretamente o casamento de Henrique VIII e Ana Bolena, anunciado três meses depois pelo arcebispo de Canterbury, Thomas Cranmer, que as pressões do rei o fizeram passar por cima da autoridade papal. Em abril, com a sanção da nova Igreja e do arcebispo, foi declarada a nulidade do casamento de Catarina de Aragão com o rei. Porém, no dia 1 de junho desse mesmo ano, Ana Bolena foi solenemente coroada na abadia de Westminster. No dia 7 de setembro a rainha deu a luz a uma menina que se chamou Elizabeth (futura rainha Elizabeth I). Nos anos seguintes, o rei esperou por um filho, mas aos poucos perdia o interesse por sua esposa. Ana com seu caráter caprichoso e arrogante, não teve o apoio dos membros mais influentes da corte. Ana Bolena tentou separar Maria Tudor de seu pai e de seus parentes, inclusive de sua mãe, Catarina de Aragão. Retirou o título de princesa e para humilha-la a nomeou dama de companhia de sua filha Elizabeth. Em 1536, Ana deu a luz a um menino que morreu poucas horas depois, o que significou sua desgraça. Em maio desse mesmo ano, começou a correr os boatos de que a rainha estava traindo o rei. Por ordem do próprio rei, no dia 2 de maio de 1536, Ana foi aprisionada na Torre de Londres e julgada por uma corte da qual faziam parte seu pai Sir Thomas Bleyn, e pelo próprio rei Henrique VIII. Ana foi condenada por unanimidade, apesar de não se ter provas concretas de sua culpa. Ana Bolena foi decapitada em Londres, Inglaterra, no dia 19 de maio de 1536.
- 1920: A DÉCADA DA MODA REVOLUCIONÁRIA
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) transformou o panorama cultural e social no mundo inteiro. Portanto, a moda foi influenciada pelos aspectos econômicos e sociais de cada época, que trazem alterações para os gostos e as principais tendências. Regras e restrições tradicionais da Europa Ocidental tornaram-se obsoletas, gerando, então, o glamour dos famosos “loucos anos 1920”. Durante 1920, o visual feminino mudou radicalmente, indo de uma silhueta apertada no espartilho ao um look mais prático, moderno e singular. Neste período pós-guerra, os vestidos subiram em comprimento para tornar a vida mais fácil e trabalhos antes direcionados para os homens, que estavam no campo de batalha em maioria, foram destinados a mulheres. A moda deu espaço para a melindrosa ou flapgirls, que se comportavam de forma jovial e ousada, em busca de emoções diversas nos anos 1920. Os vestidos, que continuam sendo considerados diferentes, eram soltos e iam até os joelhos ou um pouco depois. Tecidos leves em tons vibrantes tomaram conta do guarda-roupa feminino. Mas, enquanto a cintura não era marcada ou apenas ressaltavam o quadril, os tamanhos das peças eram provocativos. Além disso, as golas Peter Pan, conjuntos de marinheira, sapatos mary jane com salto cubano e chapéus curtos, quase em um formato de sino, eram os favoritos as consumidoras. Também, os cabelos curtos, no queixo, eram outra trend super moderna: até a década anterior, era normal deixar as madeixas extremamente longas e presas nos mais diversos penteados. Os cortes la garçonneou bob eram os mais pedidos. Inclusive, a estilista Coco Chanel foi uma das que adotou o visual e o difundiu. Ainda assim, ela começou com o movimento de usar calças e smokings, classificados anteriormente como masculinos. No quesito acessório, plumas, miçangas e pérolas dominaram os looks para dar um ar elegante com muito movimento que acompanhava as danças de Charleston nas boates. Maquiagem A maquiagem, antes natural, foi substituída por olhos expressivos marcados com preto, através de um produto chamado Kohl, o antecessor do queridinho delineador. Popularizada pelo cinema, as mulheres vão em busca de novos produtos em 1920. Sobrancelhas ultra finas e lábios, em formado de coração, nos tons de vermelho são muito utilizados. O FINAL DA DÉCADA Entretanto, em 1929, com a quebra da Bolsa de Nova York, o mundo entra em crise econômica e se prepara para a década da Segunda Guerra Mundial. Por isso, há o que podemos considerar de “retrocesso” cultural e social, que também impactou a moda. Saias longas, cabelos compridos e cinturas marcadas voltam com toda força. Ao mesmo tempo, a ascensão de políticas radicais leva ao poder pessoas como Adolf Hitler, na Alemanha. Em síntese, o mundo fashion pode ser considerado um verdadeiro reflexo das mudanças vividas por nós ao longo do tempo. “Após dois anos, a era do jazz parece tão distante quanto os dias antes da guerra. Foi um tempo emprestado de qualquer forma – toda a elite de uma nação vivendo com a despreocupação de duques e a casualidade de uma corista. Mas ser moralista é fácil agora e foi agradável estar na casa dos 20 anos em um tempo tão seguro e despreocupado”. — F. Scott Fitzgerald em Ecos da Era do Jazz, para uma edição de 1931 da Revista Scribner