O ADORÁVEL ROCOCÓ
- Anna Gabriela Mineiro
- 24 de jul. de 2023
- 2 min de leitura
Leveza dos traços, linhas delicadas, suavidade das cores, gosto pelo refinado e design elegante. São essas algumas das características desse precioso movimento artístico, que possui minha inteira afeição no mundo da arte.

Quando se trata da sociedade aristocrática moderna, imagens de uma era muito glamorosa e ricamente ornamentada nos vem a mente. Um dos movimentos artísticos que mais contribuiu para a construção dessa imagem é o Rococó.
Este movimento artístico, sobretudo do século XVIII, marca a transição do Barroco para o Neoclassicismo. Esta forma de arte dominou os campos da arquitetura, escultura e pintura, complementando-se. Um ponto muito importante desse movimento é entender a arte como um fim em si mesma. Não se destina a provocar pensamentos profundos ou provocar o espectador. Pelo contrário, é feito para a contemplação da beleza pura e simples. Na esfera social, o rococó é geralmente considerado como a reação da aristocracia e da burguesia francesa ao esplendor do movimento artístico anterior, o barroco.

O termo rococó vem do francês rocaille, que se traduz aproximadamente como "concha" em português, o que é significativo porque muitas vezes podemos ver as linhas de conchas associadas aos elementos decorativos desse estilo. Também pode ser associada à palavra "embrechado", técnica de cobertura de conchas e cacos de vidro originalmente utilizada para decorar cavernas artificiais.
O termo "Iluminismo" talvez seja mais frequentemente associado ao século XVIII. Um século de relativa paz na Europa marcado pela Revolução Americana em 1776 e pela Revolução Francesa em 1789. No contexto da história das formas artísticas e de expressão, o Iluminismo começou sob o signo do Barroco. Quando terminou, a gramática estilística do neoclassicismo dominava a obra dos artistas. Entre ambos, existiu o Rococó. Para melhor compreender os valores refletidos desta direção artística, é necessário recuar ao século XVII e verificar que durante o reinado de Luís XIV, ou seja, de 16 3 a 1715, a França foi um estado centralizado e autoritário. um governo que deu à arte um caráter clássico. Quando Luís XIV morreu em 1715, a corte mudou-se de Versalhes para Paris e tornou-se associada a comerciantes, financistas e banqueiros ricos e bem-sucedidos que não haviam nascido na aristocracia. Mas, graças à sua riqueza, puderam apadrinhar os aristocratas, o que lhes deu prestígio pessoal para serem aceitos na sociedade aristocrática. Assim, tornaram-se os clientes preferidos dos artistas, que passaram a produzir pequenos quadros e estatuetas de porcelana para uso doméstico de acordo com o gosto da sociedade da época.

A arte rococó refletia, portanto, os valores de uma sociedade vaidosa que procurava nas obras de arte algo que lhe trouxesse alegria e os fizesse esquecer os seus verdadeiros problemas. Os temas utilizados eram cenas eróticas ou galantes da vida cortesã e da mitologia, pastorais, alusões ao teatro da época, motivos religiosos e farta estilização naturalista do mundo vegetal em ornatos nas molduras. Uma galante festa onde os pintores expressavam os costumes e atitudes da sociedade em busca da felicidade, da alegria de viver e dos prazeres sensuais. Além disso, combina leveza, simpatia, elegância, alegria, frivolidade e vitalidade.
